sexta-feira, 10 de abril de 2009

Vítimas civis da guerra



Consequências da guerra nos civis

A guerra causa danos físicos, psicológicos e sociais e, por isso, a psicologia da paz tem um papel fundamental na reconstrução pós-guerra e tem sido uma área bastante explorada. Contudo, a reconstrução psicossocial exige um processo multidisciplinar.
Em Angola, nomeadamente, surgiu um programa de reconstrução psicossocial que se propunha a curar os efeitos da guerra, desmobilizando e reintegrando as crianças, sendo que o trabalho tinha exigências específicas devido às necessidades extremas e aos constantes ciclos de violência.
A reconstrução pós-guerra é necessária a diversos níveis tais como o económico, político, social e psicológico. No entanto, a intervenção psicossocial é menor, embora fundamental. Isto porque, apesar da assinatura do acordo de paz ser, igualmente, um passo fundamental, este não constitui a paz por si, porque o sistema de violência permanece com facilidade.
A exposição à violência, impede o desenvolvimento a vários níveis sociais. Por exemplo, crianças que tenham sido expostas a violência podem vir a ter problemas de aprendizagem e adultos expostos a violência podem não ser capazes de tomar boas decisões a nível de saúde, governo e futuro. Para além disso, a intervenção psicossocial pode ser benéfica para prevenir novos conflitos.
A guerra tem um impacto imensurável nos civis, sendo as crianças um alvo a destacar. Em Angola, por exemplo, estes constituem cerca de metade da população, constituindo, portanto, o futuro, sendo que o dia-a-dia que conhecem é em contexto de guerra. Estas crianças vivem numa pobreza crónica no seio de uma comunidade destruída, o que potencia medos irreversíveis, pesadelos e grandes dificuldades de concentração.
Para além dos momentos de guerra, também os de pós-guerra são indicadores de distúrbios. A pobreza, agravada pela guerra, leva a que haja estigmatização de algumas crianças, que nunca chegam a conhecer outro “mundo”, que não o da guerra, enveredando por caminhos de criminalidade, geradores de constante insegurança, devido à privação da educação a que estiveram sujeitos.

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